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Brasil tem 10 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco, mostra pesquisa

O verão ainda nem terminou, mas as chuvas fortes já deixaram um rastro de morte e destruição em várias partes do Brasil. Em Petrópolis, o número de mo

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O verão ainda nem terminou, mas as chuvas fortes já deixaram um rastro de morte e destruição em várias partes do Brasil. Em Petrópolis, o número de mortos subiu para 204.

Foto: Rede Social

O número de mortos na tragédia de Petrópolis subiu nesta quarta-feira (23) para 204. Uma pesquisa nacional apurou que 10 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco.

verão ainda nem terminou, mas as chuvas fortes já provocaram destruição e mortes em várias partes do Brasil. De dezembro para cá, foram registradas aproximadamente 300 mortes no sul da Bahia, em Minas Gerais, São Paulo e em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Ao todo, 534 municípios foram impactados por enchentes ou deslizamentos de terra, que prejudicaram de alguma forma quase 20 milhões de pessoas. Mais da metade dessas pessoas vive em áreas de risco.

O maior estudo já feito no Brasil sobre o assunto identificou mais de 8,2 milhões pessoas em áreas vulneráveis. O número equivale à soma das populações de Belo HorizonteFortaleza e Salvador. Mais da metade dessas pessoas ficam na região Sudeste.

O estudo cruzou dados de 825 municípios monitorados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o Cemaden, com o último censo do IBGE, feito em 2010.

“Ele já está defasado. Com a pandemia, dois anos em que as condições das pessoas… Muita gente perdeu o emprego, precisou se mudar para moradias mais precárias para pagar menos aluguel, para sobreviver. Então, a expectativa é de que tenha mais gente vivendo em condições, em áreas que são suscetíveis a desastres do que tínhamos há 12 anos”, diz a diretora do Cemaden, Regina Alvalá.

Os responsáveis pelo estudo estimam que hoje pelo menos 10 milhões de pessoas morem em áreas de risco nos mesmos municípios pesquisados. Especialistas afirmam que a principal solução para o problema é a construção de moradia digna, barata e segura para o segmento de baixa renda – um desafio que o Brasil está longe de resolver.

Uma pesquisa do Dieese em parceria com uma fundação alemã afirma que os gastos do governo federal com o programa Casa Verde e Amarela sofreram um corte de 98% no ano passado.

O número de habitações entregues pelo governo para famílias que ganham até R$ 2 mil caiu de 102 mil moradias em 2018 para apenas 33 mil, no ano passado.

Unidades habitacionais entregues pelo programa Casa Verde e Amarela do governo — Foto: Jornal Nacional

Unidades habitacionais entregues pelo programa Casa Verde e Amarela do governo — Foto: Jornal NacionalIsadora Guerreiro, pesquisadora do LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, afirma que as famílias com renda de até dois salários mínimos estão desassistidas, porque não têm mais oferta suficiente de habitações e não recebem os subsídios necessários para compra.

“É uma faixa de renda que hoje ocupa 75% do déficit habitacional brasileiro e não está atendida pelo programa principal do governo federal, que é o Casa Verde e Amarela. A única coisa que está sendo proposta para essa faixa de renda é a regularização fundiária, e não habitação digna com direito à cidade”, afirma Isadora.

Rayne Moraes é do Programa de Assentamentos Humanos da ONU no Brasil. Ela defende a urgência na aplicação de recursos para moradias seguras.

“O que a gente precisa é ter um leque de alternativas, de políticas habitacionais para diferentes níveis de renda, para evitar que as pessoas ocupem esses locais que não são apropriados para habitação. E que essas habitações sejam o mais próximo possível dos centros urbanos, em áreas providas de infraestrutura”

governo federal anunciou, nesta quarta-feira (23), o aumento do valor do subsídio para a compra de unidades populares no programa Casa Verde e Amarela. Passou de R$ 110 mil para R$ 130 mil, nas áreas urbanas, e de R$ 45 mil para R$ 55 mil, na zona rural.

23 de fevereiro de 2022
Fonte: Jornal Nacional

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