Os trabalhadores apostam na unidade de ação para fechar bons acordos nas campanhas salariais do segundo semestre. Para nós, as negociações só apresentarão bons resultados quando firmarmos acordos prevendo, além da reposição integral da inflação, aumento real de salário.
Foi o que ocorreu no primeiro semestre deste ano. Apesar da queda da economia, 93% dos 340 acordos e convenções coletivas foram assinados com ganho real de salário. Entre outras ações, contribuíram para este cenário a mobilização de categorias profissionais, especialmente as greves na limpeza urbana e no transporte coletivo. Já detectamos no segundo semestre que os patrões vão endurecer as negociações, fato já comprovado com os metalúrgicos ligados à CUT. Por isso, decidimos unir forças com eles para enfrentar a intransigência patronal.
Por causa da queda na economia e na redução nas vendas da indústria automobilística, as negociações salariais travaram. Somente com união, mobilização e capacidade de luta poderemos buscar a reposição das perdas, o aumento real e manter ou ampliar os benefícios sociais. Vamos negociar até a exaustão e também pressionar os patrões. A ideia é mostrar que o trabalhador quando tem dinheiro no bolso, compra comida, troca o eletrodoméstico e faz reformas na sua casa. Ele consome e não especula e nem aplica na Bolsa de Valores.
Por isso, vamos atrás dos nossos objetivos. Sabemos que o País passa por dificuldades em razão de decisões políticas que frearam o crescimento econômico. Mas os trabalhadores não vão pagar esta conta. Queremos que o País cresça e se desenvolva, mas com salários dignos e direitos trabalhistas e sociais.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical