O mercado de trabalho formal colocou o pé no freio em todo o país no mês passado. Na Bahia, foram eliminados 2.564 empregos com carteira assinada, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Foi o pior desempenho na região Nordeste. No acumulado do ano (janeiro a junho), no entanto, o estado liderou – com folga – a geração de empregos, com 24.605 novos postos, contra 10.911 do Ceará, o segundo colocado.
De acordo com o Caged, a construção civil foi a grande responsável pela piora do mercado de trabalho na Bahia em junho, com a eliminação de 3.204 postos. A indústria de transformação vem em seguida com o fechamento de 877 vagas celetistas. A agropecuária, por sua vez, abriu 1.162 novos postos.
O levantamento revela ainda que os municípios da região metropolitana de Salvador foram os mais afetados pela queda de vagas de trabalho. Juntos, Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari eliminaram 3.693 postos. Já Juazeiro liderou a geração de vagas, com 494, seguido de Casa Nova (372) e Barra do Choça (261).
País
Em junho, mês em que teve início a Copa do Mundo no Brasil, foram gerados 25.363 empregos no país. O resultado é o menor para o mês nos últimos 16 anos. Por motivos sazonais, a agricultura foi o setor que mais gerou empregos no mês, 40.818 novas vagas.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirmou ontem que a meta do governo é criar um milhão de empregos este ano. A meta é menor que a apresentada no início de 2014, quando o governo confiava na geração de 1,4 milhão a 1,5 milhão de postos de trabalho até 31 de dezembro. Apesar da redução, o ministro disse que a economia está consolidada. “Acho que o Brasil não tem mais como retroceder. O Brasil é uma economia consolidada”, disse. Em 2013, foi gerado 1,1 milhão de vagas.
Ao ser questionado sobre a meta para este ano sinalizar uma geração de empregos no segundo mestre menor que nos primeiros seis meses de 2014, Dias se disse surpreendido pelo desempenho da indústria de transformação, que pontuou o terceiro mês consecutivo de demissões no Caged de junho.
No acumulado do ano até junho, a criação líquida de empregos formais é de 588.671 vagas. “Havia no início do ano uma outra expectativa. Não havia essa questão da indústria, por exemplo. Nos três primeiros meses, a indústria vinha gerando empregos, o setor automobilístico batia recordes e havia indicativos de que manteríamos aquele ritmo. Mas certamente vamos retomar a reposição (das demissões)”, disse. O ministro avaliou que o pacote de medidas anunciado pelo governo para o setor industrial, no mês passado, deverá ajudar na retomada.
Fonte: A Tarde Online e Agências