A Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) tida como a jóia da coroa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Bahia teve em 2012 as atividades interrompidas por problemas com as condicionantes ambientais, levando os Lotes a dispensarem milhares de trabalhadores. Superado os dilemas das condicionantes ambientais que contou inclusive com a intervenção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav BA), para uma repactuação entre os entes públicos, os lotes 1, 2, 3 e 4 da Ferrovia, tiveram suas atividades retomadas de forma gradual.
Após o impasse ambiental, o Tribunal de Contas da União (TCU) promoveu verificação dos preços de serviços e novamente alguns lotes foram
interrompidos. Esclarecidos os fatos do processo, os Lotes 2, 3 e 4 voltaram as atividades em pleno vapor.
O Lote 1 em função da vencedora da licitação, Consórcio Integração Ilhéus, cuja a líder SPA, juntamente com a Delta viveram problemas
financeiros que levou a paralisação por longos meses do lote e só retornou as atividade no mês de fevereiro com número limitado de trabalhadores, mas com um arranjo jurídico não muito claro, na medida em que incluiu um outro Consórcio distinto da segunda colocada na licitação, em que a SPA retirou-se presumivelmente da execução da obra, volta a ser tocado com um número de pouco mais de 200 trabalhadores.
Mesmo com os inúmeros problemas envolvendo a execução da obra, recentemente o Ministro dos Transportes, César Borges, com fogos de
artifícios e muitas aparições públicas, festejou o que parecia ser a retomada plena da atividade na Ferrovia, a partir da realização da Licença
de Instalação (LI) dos Lotes 5A, 5B, 6 e 7. E ainda, produziu informações de que a obra estava em pleno vapor com milhares de trabalhadores
contratados.
Entendemos que a FIOL é importante instrumento de desenvolvimento econômico para a Bahia, e um importante modal que se integrará ao Porto Sul, o seu anúncio gerou enorme expectativa em todas as cidades que estão ao derredor da Ferrovia, produzindo inclusive euforia na cadeia produtiva da construção e no comércio das diversas cidades pela possibilidade de circulação de dinheiro novo que alimentaria o circulo virtuoso das economias das cidades, no que devemos persistir.
Para o sindicato, é importante a conclusão da obra e desejamos que ela ocorra. No entanto, o que temos assistido e as diversas cidades das
regiões por onde passará a Ferrovia é o desalento da população e dos próprios trabalhadores que têm sido demitidos em massa. Enquanto o
Ministro informava que seriam contratados milhares de trabalhadores, em Tanhaçu, o Lote 3 demitiu 1.000 trabalhadores, restando apenas 200. O Lote 1, que anunciou a contratação de 2.500 trabalhadores, possui pouco mais de 200 trabalhadores. O Lote 4, anunciou a demissão de cerca de 1.000 trabalhadores.
As razões apresentadas por cada um dos Lotes para a demissão estão diretamente vinculadas ao imbróglio dos trilhos que não se licita, áreas
que não foram liberadas, o que coloca em dúvida se a Ferrovia será realmente concluída. O Sintepav Bahia lamenta as demissões que agravam o
quadro de crise social das regiões e pugna ao Ministro que tanto tem informado à sociedade que a obra está em pleno vapor a dar explicações
públicas das razões que tem levado a perda de milhares de empregos dos trabalhadores.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sintepav BA