O sindicalista Nilton Souza da Silva, Neco, secretário de Relações Internacionais da Força Sindical, discursou hoje no Fórum Internacional sobre Globalização Econômica e Sindicatos “Desenvolvimento e Ganhos Compartilhados”, que será realizado até sábado (dia 7).
“Na nossa opinião”, declarou Neco em seu discurso, “consideramos que a atual crise econômica mundial é conseqüência dos desmandos e descontrole da economia Global (Problema estrutural do atual modelo) e é de responsabilidade daqueles que só pensam nas ganâncias e lucros fáceis e sem limites, comprometendo os processos democráticos e avanços sociais em muitos países, em particular nos países em desenvolvimento”.
“Embora o cenário a médio e longo prazo seja de muitas incertezas, o Brasil avanço nos últimos 20 anos. A estabilidade econômica, os avanços sociais, a manutenção dos direitos, o emprego, e o dialogo social tem sido fundamental para o fortalecimento da democracia, e uma expectativa de uma vida mais digna para todos em nosso país”, afirmou Neco.
Eis a íntegra do discurso do sindicalista:
Força Sindical por um novo modelo de desenvolvimento sustentável, em defesa do emprego, dos direitos dos trabalhadores (as), da inclusão social e a unidade de ação global
Primeiramente, queremos agradecer imensamente o convite e a oportunidade de uma vez mais estarmos aqui participando de uns dos maiores eventos sindicais internacionais que acontece todos os anos na China “O Fórum Internacional sobre Globalização e Sindicatos”, organizado pelos nossos amigos e companheiros da Federação Nacional dos Sindicatos da China (FNSCH).
Em nome da direção nacional da Força Sindical, gostaria de cumprimentar as lideranças da (FNSCH), e todos os representantes internacionais presentes neste importantíssimo evento mundial.
Companheiros (as), a Globalização tem desencadeado uma série de mudanças de grande amplitude e impactos para os trabalhadores e a sociedade.
A abertura econômica, as novas tecnologias, a velocidade e a forma como se movimenta a economia global, criaram um mundo interconectado que visa à interdependência crescente no domínio das relações econômicas, (comércio, investimentos, finanças e organização da produção a escala mundial), além da interação social e política entre organizações e indivíduos no mundo inteiro.
O processo de globalização econômica é um assunto que divide opiniões, seja pelas vantagens para o desenvolvimento das nações, seja pelos seus impactos negativos em matéria de distribuição de renda, pobreza, desemprego, migração, informalidade e exclusão social.
Na verdade, os direitos sociais estão sob ataque, em quase todos os países, especialmente na Europa, sob o pretexto (absurdo) de que são eles que causam o desemprego, baixo crescimento econômico e instabilidade econômica nos países. O argumento neoliberal é que se os diversos direitos sociais fossem reduzidos ou ‘flexibilizados’, os empregadores teriam mais incentivos para manter o emprego e os salários ou mesmo contratar maior número de trabalhadores (as).
Na nossa opinião, consideramos que a atual crise econômica mundial é conseqüência dos desmandos e descontrole da economia Global (Problema estrutural do atual modelo) e é de responsabilidade daqueles que só pensam nas ganâncias e lucros fáceis e sem limites, comprometendo os processos democráticos e avanços sociais em muitos países, em particular nos países em desenvolvimento.
Embora o cenário a médio e longo prazo seja de muitas incertezas, o Brasil avanço nos últimos 20 anos. A estabilidade econômica, os avanços sociais, a manutenção dos direitos, o emprego, e o dialogo social tem sido fundamental para o fortalecimento da democracia, e uma expectativa de uma vida mais digna para todos em nosso país.
Nesse contexto, a Força Sindical tem promovido de forma intensiva um processo de unidade de ação sindical com uma agenda comum da classe trabalhadora em defesa da redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, Ratificação da convenção 151 e 158 da OIT, desenvolvimento sustentável, trabalho decente e a manutenção dos direitos sociais no Brasil. Podemos afirmar que o movimento sindical brasileiro tem sido protagonista das mudanças e avanços sociais no Brasil. A nossa luta é continua para que esse protagonismo e dialogo social (que tem sofrido declínio nos últimos 2 anos) continue sendo a principal fonte de inspiração dos governantes e empresários para o bem comum da sociedade.
Por ultimo, no atual contexto e conjuntura global, consideramos fundamental a mobilização e ações democráticas que apontem caminhos na construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável com ganhos compartilhados (tema deste importante fórum) que devolva a esperança de uma vida digna, com paz e segurança para todos.
Muito obrigado
Nilton Souza da Silva (Neco),
Secretário de Relações Internacionais da Força Sindical, membro do Conselho de Administração da OIT.
FONTE: Assessoria de imprensa da Força Sindical