No quarto trimestre de 2012, o PIB baiano cresceu 4,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2011 e 1,1% na comparação com o terceiro trimestre, com ajuste sazonal. O bom desempenho do 4º trimestre contribuiu positivamente para o crescimento de 3,1% da atividade econômica em 2012. As informações são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
Com base dos cálculos realizados pela SEI, a taxa de crescimento do PIB no quarto trimestre foi mais uma vez determinada pelo setor de serviços, que cresceu 4,4% e, devido a seu peso na estrutura do PIB estadual, – 64,0% – é o setor que, na média, determina a tendência de crescimento do conjunto da atividade produtiva. Além do destaque para o setor de serviços, houve expansão também no setor industrial que, no mesmo período, cresceu 8,1%, ancorado na forte expansão da indústria de transformação. José Sérgio Gabrielli, secretário do Planejamento do estado, analisou o resultado positivo: “A economia baiana cresce mais que a brasileira. O PIB do ano cresce na Bahia 3,1% enquanto o Brasil cresce 0,9% em 2012. No comércio as taxas são ainda mais diferenciadas: 7,4% no estado versus 1,0% no Brasil. Já a indústria acelera sua recuperação e no Brasil teve uma queda de 0,8%, mas na Bahia, que produz principalmente bens intermediários, o crescimento anual foi de 3,8%”.
Em oposição aos serviços e à indústria, a agropecuária apresentou retração de 9,2%. Apesar de ter pouca participação no conjunto da atividade econômica, aproximadamente 8,0%, essa queda contribuiu negativamente em 0,7 p.p. sobre o crescimento total no quarto trimestre. O secretário do Planejamento do Estado pontua que, apesar dos efeitos negativos da seca, “o crescente dinamismo da economia baiana decorre da expansão do mercado interno local, refletindo a melhoria do mercado de trabalho com maior formalização dos vínculos e o intenso efeito dos programas de transferência de renda para as famílias mais necessitadas, que impactam diretamente sobre o comércio local e a dinamização do mercado”.
Indústria e serviços em destaque – A indústria foi o setor com maior taxa de expansão no 4º trimestre de 2012 (8,1%) acumulando, no ano, expansão de 3,8%. Diferentemente de anos anteriores, quando a construção civil era o destaque do setor industrial, em 2012 foi a indústria de transformação a principal determinante para a expansão tanto do setor quanto do PIB geral. De acordo com os dados da PIM – Pesquisa Industrial Mensal – Bahia, o crescimento da transformação foi propiciado pela recuperação de importantes segmentos industriais, a exemplo de refino de petróleo e álcool e produtos químicos que cresceram ao longo de 2012 5,2% e 9,9%, respectivamente.
A construção civil registrou, em 2012, crescimento de 3,7% no quarto trimestre e 5,4% no acumulado do ano. Além desses setores, a extração mineral e o SIUP (Serviços Industriais de Utilidade Pública) também tiveram desempenho positivo no ano de 2012. Na extrativa, foi observado crescimento de 3,5% no quarto trimestre e 1,4% no acumulado do ano, derivado do crescimento na exploração de petróleo e gás natural.
No quarto trimestre de 2012 o setor de serviços teve crescimento de 4,4%, acumulando, no ano, expansão de 4,2%. Dentre os segmentos do setor de serviços, destaca-se o comércio varejista, que cresceu 6,0% no quarto trimestre, fechando 2012 com expansão de 7,4%. Já os segmentos de transporte e alojamento e alimentação tiveram expansão de 5,0% e 4,6% respectivamente.
Consequências da estiagem – O setor da agropecuária apresentou, no 4º trimestre de 2012, retração de 9,2%, na comparação com mesmo período do ano anterior, acumulando no ano queda de 9,0%. O principal fator que gerou essa retração foi a forte estiagem que afeta a Bahia há quase dois anos, gerando perdas em praticamente todas as lavouras, assim como nos rebanhos.
Os dados da safra 2012 de grãos, do LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), apontaram que houve retração em praticamente todas as culturas baianas, com destaque para as quedas de 44,4% no feijão, 20,1% no algodão, 23,0% na mandioca e 8,1% na produção de milho, à exceção da cana-de-açúcar e do cacau, que tiveram crescimento de 20,6% e 2,5% respectivamente.
De acordo com o diretor geral da SEI, Geraldo Reis, os resultados apresentados evidenciam uma forte recuperação da atividade econômica baiana no quarto trimestre (4,9%), mesmo com a queda ocorrida no setor agropecuário – em função da seca – o que propiciou o excelente resultado anual de 3,1%, sobretudo quando se considera o cenário econômico internacional, ainda adverso, e um baixo crescimento da atividade econômica nacional. “Nesse contexto, a SEI sinaliza uma perspectiva positiva da economia baiana em 2013, apontando a possibilidade de um resultado menos dramático para a agropecuária, apostando na recuperação da indústria e na continuidade do crescimento de comércio e serviços, ainda que possivelmente em menor ritmo. Apresentamos, portanto, uma projeção bastante realista para 2013 de um crescimento de 3,2%. Mas não me surpreenderá, quando tivermos os dados consolidados do primeiro trimestre, que tenhamos que revisar positivamente esta projeção”, finaliza Reis.
Fonte: SEI