Jenna Goudreau |Forbes Brasil
Durante as três últimas décadas, a média de salário das mulheres cresceu 63% e hoje mais de um terço das esposas ganham mais que seus maridos. Não é nenhuma surpresa que, depois de serem desencorajadas a prosseguir no ensino superior, as mulheres agora superem os homens nos cursos de graduação e mestrado.
Em vários setores, as mulheres continuam a ganhar US$ 0,82 para cada dólar feito por um homem, mas isso está mudando. Uma análise dos rendimentos médios semanais dos trabalhadores americanos em 2011, por ocupação e sexo, feita pela Secretaria de Estatísticas dos EUA, lista os dez trabalhos em que as mulheres ganham mais. Todas as profissões requerem formação superior e a maioria está ligada às áreas de saúde, ciência, tecnologia e negócios.
Em primeiro lugar, estão as farmacêuticas, que ganham em média US$ 1.898 por semana, ou cerca de US$ 99 mil por ano. As mulheres representam 56% dos farmacêuticos nos Estados Unidos, um campo que oferece 10 mil novas vagas por ano e deve cresce 25% até 2020. “A área de farmácia é conhecida por pegar bem logo que o profissional sai da faculdade”, afirma Katie Bardaro, economista-chefe de empresa de pesquisa PayScale. “A profissão tem um grande retorno de investimento em termos do dinheiro gasto em educação.”
Enquanto farmacêuticos passam por quatro anos de curso e um exame de licenciatura, médicos têm quatro anos de faculdade e mais oito de internato e residência. Ainda sim, para as mulheres, medicina é apenas o quarto melhor emprego, atrás de advocacia (2º) e sistemas da informação (3º).
Katie explica que os médicos têm uma gama muito maior de especialidades e práticas. Segundo ela, os homens tendem às áreas de alto risco, com altos salários, como cirurgia plástica e neurologia, enquanto as mulheres são mais propensas a escolherem especialidades como clínica geral e pediatria, que pagam menos.
Mesmo assim, empregos que envolvem cuidados de saúde têm os melhores salários e maior representação feminina. Enfermeiras, em sexto lugar, ganham US$ 1.432 por semana e são 85% dos profissionais. Mulheres também são maioria entre as psicólogas (10º), profissão que rende mais de US$ 60 mil por ano. “É bom estar em áreas dominadas por mulheres porque, em um grupo grande, é menos provável que você seja discriminada por não ser homem”, explica a professora Caren Goldberg, da Universidade Americana de Washington D.C.
Áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática também têm alta projeção de crescimento, com altos salários, mas as mulheres são menos propensas a irem atrás deles. As desenvolvedoras de software, em sétimo lugar, ganham em média US$ 1.388 por semana, mas representam apenas 18% dessas profissões, respectivamente. “Essas áreas oferecem muitas oportunidades de emprego e as mulheres devem ser encorajadas a procurá-las”, afirma Katie.
Posições de liderança, tradicionalmente masculinas, são mais difíceis para as mulheres. Executivas-chefes (5º) têm uma média semanal de US$ 1.464, ou cerca de US$ 76 mil por ano. No entanto, as mulheres detêm apenas um quarto desses títulos e ganham 31% a menos do que seus colegas do sexo masculino (uma diferença de US$ 658 por semana).
Mesmo quando fatores como educação, experiência, localização da indústria e tamanho da empresa são considerados, ainda há uma diferença salarial grande explicada apenas por discriminação. “Quando há um clube de meninos, as mulheres não têm força”, diz Katie. “Elas também são conhecidas por ser menos bem-sucedidas em negociações salariais, o que fica ainda mais claro à medida que subimos de cargo.”
A boa notícia é que o aumento do nível educacional das mulheres mudou os empregos e os salários disponíveis para elas. “Leva tempo para ver grandes mudanças, mas finalmente estamos vendo os frutos do trabalho de nossas mães.”