Mulheres são maioria e 30% são vítimas de exploração sexual
Perto de 880 mil pessoas são vítimas de trabalhos forçados, incluindo exploração sexual, na União Europeia, atualmente, segundo dados divulgados esta terça-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que tem trabalhado com Portugal no combate ao fenômeno.
No relatório intitulado “Trabalho Forçado: Um Problema da União Europeia”, Portugal é identificado como um dos que tem vindo a empregar medidas como o reforço da capacidade de inspeção para combate ao fenômeno, que se tornou “um problema sério”, cita a Lusa.
Segundo a responsável da OIT para esta área, Beate Adrees, a agricultura, trabalhos domésticos, indústria e construção são as atividades onde é maior a incidência de trabalhos forçados, mas também há casos de adultos ou mesmo de crianças obrigados a atividades como a mendicidade.
“As vítimas são atraídas com ofertas de trabalho falsas e descobrem que as condições de trabalho são piores do que esperavam. Muitos deles estão numa situação irregular e têm um poder de reivindicação muito limitado”, afirmou a responsável da agência da ONU para o Trabalho.
Entre os cerca de 880 mil trabalhadores forçados na UE, as mulheres são a maioria (58%) e cerca de 30% são vítimas de exploração sexual.
Portugal, além da Alemanha, Polónia ou Roménia, é um dos países com que a OIT tem trabalhado mais de perto na investigação dos mecanismos de recrutamento e exploração de indivíduos, e está também entre os que têm reforçado a capacidade de inspeção laboral sobre o fato. Os novos números, no entanto, mostram que continua a ser insuficiente o número de responsáveis levados a julgamento, como afirmou Beate Andrees.
“Isto precisa de mudar. Temos de garantir que o número de vítimas não aumenta com a atual crise econômica, em que as pessoas estão cada vez mais vulneráveis a estas práticas abusivas”.
A nível global, a OIT estima que quase 21 milhões de pessoas sejam vítimas de trabalhos forçados, a quase totalidade na economia privada.
Fonte: Agência Financeira