Antes de propor a adesão oficial da Força Sindical ao programa “Cidades Sustentáveis”, o empresário e idealizador do Fórum Social Mundial (FSM), Oded Grajew, fez uma exposição do projeto, no encontro que reuniu representantes do movimento social, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), dia 16/06, dentro das atividades organizadas pela Central na Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
A plataforma é uma agenda para a sustentabilidade das cidades que aborda as diferentes áreas da gestão pública, em 12 eixos temáticos, que incorporam de maneira integrada as dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural. Ela contém indicadores gerais, associados aos eixos da plataforma, e básicos – ou mínimos – que farão parte dos compromissos de candidatos a prefeito. Outra ferramenta é a apresentação de casos exemplares e referências nacionais e internacionais de excelência para a melhora integrada.
Classificada por ele como essencial, a questão das cidades ganha destaque em um ano de eleições para os cargos de prefeito e vereador no Brasil, o que faz com que o projeto possa comprometer de partidos e candidatos com a idéia da sustentabilidade das cidades e confirmar o engajamento a partir da assinatura de uma Carta de Compromisso.
O programa, estruturado como uma agenda de ações e iniciativas, “propõe um futuro sustentável para as comunidades, visando um ideal de cidades inclusivas, prósperas criativas, educadoras, saudáveis e democráticas, que proporcionem qualidade de vida aos cidadãos e permitam a participação da sociedade”. A intenção é criar empregos numa economia baseada no conhecimento, no combate à pobreza e exclusão social, com o poder de assegurar efetiva proteção ao meio ambiente, responder às alterações demográficas e garantir a diversidade cultural.
FERRAMENTA – Oded Grajew (na foto, ao lado da vice-presidente da Força Sindical e presidente adjunta da CSI, Nair Goulart) afirmou que o programa Cidades Sustentáveis é uma ferramenta para assumir desafios e aceitar responsabilidades, elaborar políticas públicas para a sustentabilidade e promover processos locais e regionais. Ele apontou o exemplo da cidade de São Paulo, cujo desperdício de água na rede pública é na ordem de 26%. Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Popular Socialista (PPS) já assumiram publicamente o compromisso com a plataforma.
Respondendo à indagação de Jane Argollo, coordenadora do Fórum Social Porto Alegre e do Ponto de Cultura La Integracion, sobre a capacidade do projeto de medir a eficácia do comprometimento do candidato eleito, Grajew respondeu que o acompanhamento é mostrado “on line”, por meio de relatórios publicados na internet, o que pode fortalecer o eleito, como também torná-lo vulnerável à crítica dos eleitores e a ataques de concorrentes em futuros pleitos.
Entre as lideranças que assistiram à palestra de Oded Grajew, destaque para a representante do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, Daniely Votto Fontoura; o diretor de Meio Ambiente da Força Sindical-RS, Lélio Falcão, e o advogado Sérgio Roque, diretor da Aldeia da Criança (ligada à Aldeia Global) e diretor da Sociedade Caatiba de Preservação ao Meio Ambiente e Cultura.
O DILEMA DAS CIDADES – Metade da humanidade hoje vive nas cidades. Em 2030, serão 60% de moradores e, em 2050, serão cerca de 70% da população que habitará os municípios. No Brasil, a concentração urbana chega a 85% e com o crescimento das cidades também aumenta a dificuldade de manter o equilíbrio espacial, social e ambiental.
O Banco Mundial considera que quatro bilhões e crianças não têm acesso aos benefícios da globalização e 11 milhões delas morrem anualmente por falta de um copo de leite ou por falta de água potável. O número de pessoas que passam fome também é alarmante: 1,02 bilhões.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Força Sindical RS